Estudante teve placas de titânio implantadas na testa e no céu da boca.
Dois dos três jovens acusados da agressão já estão presos.
Passa bem o jovem Vítor Suarez Cunha, de 21 anos, espancado na Ilha do Governador, na madrugada da última quinta (2), ao defender um mendigo. Ele foi submetido a uma cirurgia neste sábado (4), para implantação de placas de titânio na testa e no céu da boca — Vítor teve afundamento na testa e na região dos olhos, e pode ficar com sequelas. A operação durou duas horas e meia.
A mãe do rapaz reagiu com serenidade ao saber da prisão de dois dos três jovens acusados da agressão. "Com a prisão deles está sendo feita justiça. Ainda falta um. Eles devem responder pelo que fizeram. Espero justiça", afirmou ao G1, a assistente social Regina Suarez, mãe do estudante.
Dois dos três jovens acusados de agredir o rapaz estão presos: Tadeu Assad Farelli Ferreira, de 20 anos, e William Bonfim Nobre Freitas, de 23 anos. O outro acusado, Rafael Zanini Maiolino, de 18 anos, é considerado foragido e está sendo procurado pela polícia. Os três tiveram a prisão preventiva decretada, acusados de tentativa de homicídio qualificado. As informações são da assessoria da Polícia Civil.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Deoclécio Filho, titular da 37ª DP (Ilha do Governador), a polícia ainda tenta identificar outros dois agressores. Segundo os investigadores, os três acusados admitiram ter participado da briga, mas disseram que a confusão foi provocada pelo estudante Vítor Suarez Cunha.
Segundo a mãe de Vítor, o rapaz está reagindo bem ao que aconteceu, "na medida do possível". "Vítor está me surpreendendo, ele está tranquilo e tenta tranquilizar a gente também. Ele não pensa em vingança, só justiça. Tudo está se encaminhando bem", contou. "Outras pessoas foram espancadas por esse grupo. A gente sente pelas famílias, mas foi o Vítor que ficou marcado".
Outro jovem diz ter sido agredido por grupo
Tadeu Assad Ferreira é acusado pela principal testemunha do caso de ter começado a espancar Vítor. O estudante estava acompanhado do amigo, Kleber, que disse ter visto um grupo de cinco rapazes agredindo um mendigo.
Segundo o amigo, Vítor tentou defender o morador de rua e foi espancado com socos e pontapés. Kleber tentou ajudar o amigo, mas também foi agredido.
A mãe de Vítor ficou chocada com a covardia. “Eu acho que minha dor está muito maior por conta de ele ter tentado defender um outro ser humano. Ele foi brutalmente violentado", disse ela.
No fim da tarde de sexta-feira (3), um outro jovem procurou a polícia e disse que já havia sido agredido por dois dos rapazes identificados: Tadeu Ferreira e Wiliam Freitas, que voltaram à delegacia para participar de uma acareação com a suposta vítima, antes de terem a prisão preventiva decretada.
Os policiais ainda procuram outras testemunhas e o mendigo.
20 chutes no rosto
O amigo do rapaz agredido se disse chocado com a violência do grupo. E afirmou ainda que se sentia culpado porque, segundo disse, foi ele quem tomou a iniciativa de ir falar com o grupo para que parasse de importunar o mendigo. Mas quem apanhou foi seu amigo, segundo contou.
"Foram extremamente violentos, foram chutes com muita vontade, ele já estava caído, imobilizado, e as pessoas continuavam chutando o rosto. O pior é que foi só o rosto. A quantidade de chutes foi imensa, ele deve ter tomado uns 20 chutes, pelo menos, em cinco minutos, foi tudo rápido", disse ele.