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segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Século 21 convive com um novo perfil de morador de rua.

Cerca de 1% da população de uma cidade do porte de São Paulo, com aproximadamente 18 milhões de habitantes, vive em situação de rua. Mas o perfil do morador de rua atual não é mais representado pela figura do imigrante, geralmente negro, com pouca escolaridade e desempregado. Aliás, não há perfil homogêneo para traçar a população que vive nas ruas, como define Aldaíza Sposati, secretária de Serviço e Assistência Social do Município de São Paulo. Apesar de fatores como demência, abandono, drogas e álcool serem responsáveis por levarem algumas pessoas à viverem nas ruas, segundo Aldaíza, a exclusão social e econômica ainda é a grande vilã. O tema foi amplamente debatido durante o Seminário Internacional “Rompendo a barreira da exclusão: populações de rua e políticas públicas”, realizado pela Faculdade de Saúde Pública da USP, nesta última segunda-feira, 25/08. Marcio Pochman, secretário da Secretaria de Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade do Município de São Paulo, enfatizou que existe hoje um novo tipo de morador de rua, formado por pessoas que já tiveram carteira de trabalho assinada, foram chefes de família e são brancos. “Não é difícil também encontrar pessoas que falam uma segunda língua ou que têm diploma universitário”, lamenta. Segundo Pochman, o atual modelo econômico neo-liberalista é perverso quando o assunto é exclusão social. “A vítima da exclusão social, inclusive aquela que acaba indo morar nas ruas, torna-se a culpada pelo seu desemprego. Para os padrões atuais, a pessoa está nessa situação porque não preparou para o mercado, porque não fez direito a lição de casa”, afirma. Pior: para ele, esse mesmo modelo econômico “impede a inclusão social, principalmente pelo mercado de trabalho formal, que está em crise”, afirma. Enquanto a situação não é apaziguada, tentativas de amenizar o problema dos moradores de rua pelo visto não faltam. Segundo Aldaíza Sposati, a prefeitura de São Paulo tem desenvolvidos programas de acolhimento e instalação de albergues em diferentes pontos da cidade. Entretanto, os programas mais eficientes são aqueles que buscam a integração social dos moradores de rua por meio de projetos que incentivem a criação de cooperativas de trabalho. “Os catadores têm se mostrado uma maneira eficiente de prover pelo menos uma renda para os moradores de rua. O problema é a intervenção de terceiros que oferecem o serviço visando lucro próprio”, afirma Aldaíza. Participaram também do debate o Dr. Gonzalo Vecina Neto, secretário da Saúde Pública do Município de São Paulo, além de representantes de organizações internacionais do Canadá, Japão, França e Estados Unidos envolvidos na questão.

Alcoolismo afeta 12% da população e dependência atinge 22,8 milhões.

Fonte:Diário de Pernambuco Dados recentes do Ministério da Saúde apontam que, de cada 20 brasileiros com mais de 18 anos, pelo menos três fazem uso abusivo do álcool. Muito além da ansiedade, vergonha e impotência. No enredo do alcoolismo, que acomete 12% da população brasileira, o pior obstáculo é a negação. O caso do jogador Adriano, que de tão aclamado quando goleava pela Internazionale de Milão ganhou o apelido de Imperador, tem repercutido no país do futebol. Com trajetória marcada tanto pela habilidade nos gramados quanto por confusões e noitadas, o atacante reacendeu as suspeitas sobre seus problemas com o álcool — externados publicamente por pessoas próximas — ao faltar aos treinos no Flamengo no último fim de semana. Os cerca de 40 milhões de torcedores do time se dividem entre classificar Adriano de irresponsável, exigindo sua expulsão, e defender que o jogador seja ajudado. Ao que tudo indica longe do fim, o drama do rapaz de 30 anos traz à tona a endemia do alcoolismo que devasta o país. Dados recentes do Ministério da Saúde apontam que, de cada 20 brasileiros com mais de 18 anos, pelo menos três fazem uso abusivo do álcool. Ou seja, bebem, numa mesma ocasião, quatro ou mais doses (no caso de mulheres) e cinco ou mais doses (para homens). Pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) com financiamento da Presidência da República constatou que 12% da população tem dependência da substância. São 22,8 milhões de pessoas, quase dez vezes a quantidade de moradores do Distrito Federal. Um segundo levantamento da instituição está pronto para ser divulgado. E mostrará aumento das mulheres que bebem com muita frequência, de uma a sete vezes na semana, atualmente em 13%. As mortes são incontáveis, já que o álcool está por trás de acidentes de trânsito, brigas e suicídios. Só os transtornos mentais causados diretamente pela bebida matam cerca de 7 mil pessoas por ano. O número de afastamentos do trabalho por causa do álcool cresceu 10% entre 2009 e 2011, conforme dados da Previdência. Ano passado, mais de 13 mil pessoas perderam a capacidade, temporária ou definitivamente, de produção devido ao problema.